Mato Grosso é Douradinho
De vez em quando o Projeto Douradinho nos dá o privilégio de viver a experiência de cruzar um estado inteiro, sentindo pelo caminho as peculiaridades de cada região, as maneiras e costumes das pessoas, a mudança da paisagem. Na segunda turnê de encontros com o autor deste ano, partimos do extremo sul do Mato Grosso até o extremo norte. Foi uma aventura e tanto!
Em quase 3 semanas de trabalho, realizamos 30 apresentações em 17 cidades, onde estiveram presentes 3.741 alunos e suas professoras. Segue abaixo uma seleção do que encontramos de mais interessante para relatar dessa nossa vivência profunda no Mato Grosso.
Olha a onça!
Logo nos primeiros dias de viagem, vimos cruzar a estrada o que nos pareceu ser uma onça parda. As rodovias no Mato Grosso são linhas retas intermináveis. Era cedinho ainda, o sol tinha acabado de aparecer. Enquanto tentávamos espantar o sono da manhã, vimos lá longe uma sombra passar para o outro lado da estrada, uma sombra de onça.
2 Biomas queridos
Vimos e sentimos na pele a transição dos biomas do Cerrado para o Amazônico. Fomos do muito seco no sul do Mato Grosso, em uma época ainda com queimadas acontecendo, até a umidade da floresta Amazônica, com chuvas quase que diárias, no extremo norte do estado. E comprovamos como estes ambientes de transição de biomas são ricos em diversidade.
Animais na pista!
A diversidade de fauna conseguimos notar só de abrir os olhos. Nas estradas vimos passar araras coloridas e muitos outros pássaros desconhecidos, tamanduás, antas, cachorros do mato, queixadas, cobras, jacarés... Muitos deles, infelizmente, mortos por atropelamento.
Xingu
O dia mais intenso de estrada foi quando cruzamos parte do parque nacional do Xingu. Foram 200 km de terra muito ruim e 100 km de asfalto. O Ricardo encarou o volante o tempo todo, entre Paranatinga e Nova Ubiratã. Quase chegando lá, rasgamos um pneu. Já era noite...
Escolas em festa
Difícil selecionar em quais cidades ou escolas fomos melhor recebidos. A receptividade e o acolhimento nos pareceu serem fortes características da população mato-grossense. Praticamente todos os encontros estavam enfeitados com desenhos, redações, maquetes... Vimos as fotos dos trabalhos realizados fora das escolas, visitas na beira de rio, passeatas, apresentações teatrais, mutirões de limpeza e de plantio de árvores. É realmente impressionante o que as educadoras conseguem mobilizar.
Encontro amigo
Entre uma viagem e outra, tivemos a oportunidade de dar uma passada no escritório da nossa patrocinadora deste ano, a Teles Pires, distribuidoras de energia Guaraciaba e Matrinchã. Fizemos uma foto para celebrar o encontro e deixamos um exemplar do nosso Amiga Lata, Amigo Rio por lá.
Coração na Zona Rural
Conhecemos escolas de todo tipo, sempre. E adoramos todas elas, cada uma com a sua característica. Mas temos um carinho muito especial com as escolas rurais, em especial aquelas que estimulam o cultivo e consumo do alimento orgânico e o viver em harmonia com a natureza. Nesta turnê passamos um fim de tarde maravilhoso na Escola Municipal São Mateus, em Colíder. A Virgínia, Diretora da escola, nos mostrou o trabalho maravilhoso que eles desenvolvem no campo da sustentabilidade, com boa parte da merenda escolar sendo produzida por eles mesmos. Foi ela também que me proporcionou as perguntas mais interessantes sobre o livro “Amiga Lata, Amigo Rio” este ano.
Poesia na estrada
Foi também lá em Colíder, quando estávamos a caminho da Escola Municipal Santa Maria do Ouro Verde, que tivemos a emoção de acompanhar as placas que os alunos colocaram ao longo da estrada e na beira do rio, pedindo para as pessoas respeitarem os animais e não poluírem os rios.
Portais da Amazônia
Chegar na Amazônia é como receber um abraço. Existe ali uma energia acolhedora, ao mesmo tempo forte e delicada muito especial. Em Alta Floresta chegamos no que chamam de Portais da Amazônia. Emocionante ver as castanheiras aparecerem na paisagem, ver as araras voando em pares para seus ninhos. Ali conhecemos duas organizações muito interessantes e importantes para a preservação da floresta em pé, o Instituto Ouro Verde, que realiza um sério trabalho agroflorestal e de desenvolvimento local, e a Fundação do Cristalino, que promove uma série de atividades para a conservação da rica fauna da região. Acompanhamos uma contação de história promovida pela Fundação.
No momento estamos analisando os resultados do Projeto Douradinho, confeccionando os certificados de participação das educadoras, montando o nosso vídeo documentário e fechando as contas. Em breve contamos por aqui, e de forma mais profunda, os resultados do projeto em 2009.
Veja algumas fotos da nossa jornada aqui:
Acompanhe os resultados do ano aqui: